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Belle Gibson, a influenciadora de bem-estar que fingiu ter câncer para enganar seus seguidores

Em 2013, Belle Gibson surgiu como uma figura inspiradora no mundo do bem-estar online. Com apenas 21 anos, a jovem australiana conquistou milhares de seguidores com sua história de superação.

Diagnosticada com um câncer cerebral terminal, Gibson alegava ter rejeitado os tratamentos convencionais e optado por curar-se através de uma alimentação saudável e terapias alternativas.

Sua jornada milagrosa, compartilhada em posts emocionantes e fotos vibrantes, rapidamente a transformou em uma guru do bem-estar.

Gibson lançou o aplicativo “The Whole Pantry” e um livro de receitas homônimo, ambos promovendo seu estilo de vida saudável e sua suposta cura do câncer.

O sucesso foi estrondoso. O aplicativo foi um dos mais baixados na Apple Store e o livro se tornou um best-seller. Belle Gibson era capa de revistas, dava palestras e inspirava milhares de pessoas ao redor do mundo.

No entanto, a história de conto de fadas começou a ruir. Investigações jornalísticas revelaram inconsistências gritantes no relato de Gibson.

Questionamentos sobre seus diagnósticos médicos e as instituições de caridade para as quais ela prometia doar parte dos lucros levantaram suspeitas.

A verdade veio à tona: Belle Gibson nunca teve câncer.

A jovem que se apresentava como um exemplo de superação havia enganado milhares de pessoas, lucrando milhões em cima de uma mentira sobre uma doença tão devastadora.

O escândalo chocou a Austrália e o mundo. A imagem de guru do bem-estar de Gibson se desfez, revelando uma teia de mentiras e manipulação.

Kaitlyn Dever interpreta Belle Gibson na nova série da Netflix: Vinagre da Maçã. Ela veste uma roupa de renda enquanto anda no meio de diversas pessoas que estão a aplaudindo.
Kaitlyn Dever interpreta Belle Gibson na nova série da Netflix: Vinagre da Maçã.

O caso foi levado à justiça. Em 2017, Belle Gibson foi considerada culpada por conduta comercial enganosa pelo Tribunal Federal da Austrália.

Ela foi multada em 410 mil dólares australianos por enganar consumidores e não doar o dinheiro prometido para instituições de caridade.

Apesar da condenação e da vergonha pública, Gibson nunca demonstrou remorso genuíno. Em entrevistas posteriores, ela chegou a apresentar explicações ainda mais bizarras, alegando ter tido uma infância traumática e questionando sua própria identidade.

Em um ponto particularmente estranho, Gibson afirmou acreditar ser etíope, somali e eritréia, apesar de não ter nenhuma evidência para sustentar tais alegações.

A história de Belle Gibson serve como um alerta sobre os perigos da cultura do bem-estar online e a credulidade das redes sociais.

Seu caso expôs a fragilidade da informação não verificada na internet e a facilidade com que farsantes podem se aproveitar da vulnerabilidade das pessoas.

A ascensão e queda de Belle Gibson deixam uma marca indelével na história da internet, um conto de ambição desmedida, mentiras elaboradas e as consequências devastadoras da desinformação.

Seu legado permanece como um lembrete sombrio de que nem tudo que brilha nas redes sociais é ouro, e que a busca pela verdade e pela informação verificada é mais crucial do que nunca.

Fonte: All That’s Interesting

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